VIDA SAUDÁVEL:
Puberdade // Filhos adolescentes //
SEGURANÇA:
Em caso de bullying // Utilização correta da câmara expansora //
PROBLEMAS DE SAÚDE:
Dificuldades de aprendizagem específicas // Anafilaxia // Escabiose // O meu filho bateu com a cabeça // Obesidade juvenil // O meu filho tem diarreia // Gerir a febre na adolescência // Depressão na adolescência // Comportamentos autolesivos // Perturbações do comportamento alimentar
Texto da Pediatra Dra. Marisol Anselmo
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Existem vários fatores que se pensa serem determinantes para o início da puberdade, como sejam fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e socioeconómicos (por exemplo, a pobreza e malnutrição podem condicionar a puberdade).
O início precoce da puberdade vai provocar uma maturação óssea, aumento da velocidade de crescimento e uma estagnação precoce, podendo assim condicionar a estatura final destas crianças. Pode provocar igualmente problemas emocionais porque o corpo matura, mas o desenvolvimento emocional não acompanha essa nova fase.
Nas meninas o normal desenvolvimento da puberdade ocorre com o aparecimento do botão mamário, geralmente entre os 9 e os 12 anos. A menarca (primeiro período menstrual) surge em média cerca de 2,6 anos após o início do desenvolvimento mamário.
Nos rapazes o marcador de início da puberdade é o aumento do volume dos testículos, em regra entre os 10 e os 13 anos, geralmente precede o aumento do tamanho do pénis e o aparecimento dos pelos púbicos.
Conheça mais acerca da puberdade, uma fase tão desafiante para pais e filhos no artigo PUBERDADE PRECOCE – QUANDO SE DEVE AVALIAR? da autoria da Dra. Marisol Anselmo.
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Desafiamo-lo a pensar e listar: em que situações é o seu filho autónomo? Em que mais situações poderia começar a ser? Comece a promover algumas mudanças na rotina do seu filho para que se torne mais independente.
Desenvolva o hábito semanal de partilharem quais as regras que foram difíceis de cumprir e de negociarem regras para a semana seguinte.
Os sempre turbulentos grupos de adolescentes são um importante espaço de desenvolvimento de competências sociais. O carinho, o respeito, a compreensão e a escuta dos seus filhos adolescentes são estratégias essenciais para que o ajude a viver na enorme pressão que sente em ser aceite pelo grupo e não se sentir isolado ou deslocado. A casa e os pais poderão ser o lugar seguro do adolescente.
A guerra às borbulhas e ao peso na balança:
Não desvalorize, oiça com atenção e tente compreender o seu mal-estar. Reconheça qualquer sofrimento que possa estar a sentir e ajude na resolução adequada.
As preocupações com a imagem
Definindo limites do que é “apropriado” ou “possível”, as experiências exploratórias da imagem fazem parte do processo de descoberta da individualidade de cada adolescente.
Os namoros e a sexualidade
Não tenha receio de falar sobre este assunto com o seu filho. Conversando desmistificamos, esclarecemos e evitamos erros.
Homossexualidade
Difícil assumir, por isso é importante que o seu filho se sinta acompanhado por si. Partilhe com ele as suas dificuldades, assegurando que estará sempre com ele e o acompanhará.
O desinteresse pela escola
Ajude o seu filho a pensar o futuro dele. Quais são os interesses e vocação? O que é preciso para lá chegar? Juntos façam pesquisas, vão visitar locais, esclareçam dúvidas.
Sempre que possível dê-lhe o seu exemplo enquanto adolescente (ou de pessoas que ele conhece).
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Depois de saber o que aconteceu evite frases como “bem feita”, “eu não te avisei?”. Já é problemática e humilhante para ele a situação que está a viver.
Promova a partilha de soluções para o problema – Ajude-o a construir todas as soluções possíveis.
Elogie e valorize o seu filho, ensine-o a gostar de si e a enfrentar os problemas. Pendure no quarto dele frases como “Eu acredito em mim mesmo” ou “Eu tenho valor!”.
Transmita ao seu filho que juntos conseguirão ultrapassar a situação. E que tal já aconteceu com outras crianças/jovens e que conseguiram superar!
Plano de prevenção:
Após o confronto:
Texto do Pediatra Dra. Inês Serras e Dr. Luís Gonçalves
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Existem duas formas de administração: em aerossol e em câmara expansora. O aerossol é cada vez menos recomendado, pois é mais dispendioso e mais moroso de administrar. A câmara expansora é o meio de administração preferível, uma vez que é mais rápido, mais prático e mais confortável para a criança. Os tamanhos das câmaras variam em função da idade da criança:
A eficácia do tratamento depende da correta utilização do dispositivo. Deve levar sempre o seu dispositivo inalatório quando for às consultas/atendimento permanente.
Preparação
A criança deve estar em pé ou sentada, idealmente calma.
Tomar a medicação
Limpar a câmara
Texto do Neuropsicólogo Dr. Filipe Fernandes
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É importante distinguir entre dificuldade de aprendizagem geral, como por exemplo decorrente de atraso no desenvolvimento cognitivo ou perturbação do espectro do autismo, e dificuldades de aprendizagem específicas (DAE).
As DAE são a causa mais comum de insucesso escolar, resultando de um défice específico na capacidade do cérebro para receber, processar ou comunicar informação. Estas dificuldades não deverão resultar de falta de prática, do método de ensino utilizado, ansiedade e depressão, perturbações comportamentais ou devido a défices percetivos periféricos (visão ou audição).
O principal sinal de DAE é uma diferença significativa entre as expetativas depositadas no desempenho escolar da criança (tendo em conta o seu funcionamento intelectual, adequação comportamental e familiar e o bem-estar emocional) e o desempenho escolar efetivo dessa criança. A criança mostra adequado nível de raciocínio e de compreensão das tarefas e matérias, mas falha nas aprendizagens e na avaliação escolar
É necessário avaliar adequadamente crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem escolar de modo à obtenção de um diagnóstico que permita o apoio e acompanhamento que a criança necessita. É necessário recolher informação em entrevista com os pais, com os professores, observar a criança e aplicar testes estandardizados de desempenho cognitivo. A deteção precoce permite estabelecer intervenções dirigidas às dificuldades da criança, melhorando significativamente o desempenho da criança e diminuído a frustração.
As DAE mais comuns:
O Défice de Atenção (dificuldades na orientação, manutenção e divisão do foco atencional, impulsividade, dificuldades no planeamento), com ou sem hiperatividade, encontra-se também frequentemente presente em conjunto com DAE.
As DAE são permanentes e a criança necessita de um acompanhamento para a reabilitação ou remediação da sua dificuldade. Frequentemente são necessárias medidas de apoio e adequação no meio escolar para minimizar o impacte das DAE sobre o percurso escolar da criança.
É importante reiterar que as DAE são independentes do funcionamento intelectual da criança. Uma DAE não deverá impedir qualquer criança de crescer de um modo saudável, de cumprir o seu potencial intelectual e ser feliz. Einstein ou Steve Jobs tinham DAE (dislexia) e foram personalidades de extremo sucesso.
Texto da Psiquiatra da Infância e da Adolescência Dra Joana Ferreira
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No entanto, estes podem ser sinais de um problema muito mais sério, como são as perturbações depressivas. No seu relatório “Health for the World’s Adolescents”, a OMS aponta a depressão como uma das principais causas de doença e de incapacidade na adolescência.
Assim, depressão é o termo usado quando sentimentos de tristeza e irritabilidade duram mais de duas semanas, afetam a maior parte da vida diária e impedem as pessoas de participar de atividades que antes eram agradáveis.
Não há uma resposta simples para o motivo pelo qual as pessoas desenvolvem depressão. Na maior parte dos casos, é uma combinação de eventos ou questões que acabam por ter impacto nos seus sentimentos, pensamentos e comportamentos.
Um jovem poderá estar a enfrentar um quadro depressivo se apresentar, por mais de duas semanas, algumas das seguintes alterações:
Alterações nas emoções:
Alterações no pensamento:
Mudanças de comportamento:
Mudanças físicas:
Se acha que um jovem pode estar com depressão, aqui ficam algumas dicas para o ajudar:
Texto do Pediatra Dr. João Tavares
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O que é a Anafilaxia?
É uma reação de hipersensibilidade imediata, aguda e sistémica, em que os sinais e sintomas refletem os efeitos fisiológicos da libertação de mediadores celulares (células mastocitárias e basófilos periféricos do sangue) que causam vasodilatação e espasmo da musculatura lisa, nomeadamente a nível brônquico. Ocorre após exposição a um de terminado antigénio.
Quais são as causas?
As causas mais habituais são a hipersensibilidade a alimentos, fármacos e picadas. De entre os antigénios alimentares, os mais comuns são ovos, leite, nozes, amendoim e marisco, sendo a apresentação rara antes dos 12 meses de idade. Antibióticos, nomeadamente penicilina e cefalosporinas, e anestésicos tópicos são agentes frequentes em idades mais tardias.
Quais são os sintomas?
Os sintomas surgem geralmente segundos a minutos após a exposição ao antigénio (que pode ou não ser previamente conhecido). Habitualmente existe rubor, prurido localizado a generalizado, lesões cutâneas, tonturas, lacrimejo, olho vermelho, edemas labial e perioral. Pode estar associada falta de ar, dificuldade em engolir, cólicas, náuseas, vómitos. Choque anafilático, angioedema e obstrução brônquica são geralmente manifestações de doença grave e, nesses casos, representam uma emergência pediátrica.
Como posso ajudar o meu filho? Devo recorrer ao Hospital?
Perante a suspeita de uma reação anafilática, deve ser realizada uma observação médica. Nos casos ligeiros, o tratamento de suporte pode ser suficiente e estudo analítico pode ajudar a definir a etiologia. O tratamento de eleição é a adrenalina (aumenta a resistência vascular periférica, relaxa o músculo liso e alivia o edema e a urticária) e pode ser administrada através de canetas injetáveis previamente prescritas pelo médico assistente ou em contexto hospitalar nos casos sem historial prévio.
Conforme a gravidade da situação, podem ser terapêuticas adicionais e, pelo risco de reação bifásica com reaparecimento dos sintomas 6-24h após a manifestação inicial, pelo que se devem manter sob observação clínica durante este período.
O que acontece após a alta?
Os casos confirmados de anafilaxia devem ser encaminhados a uma consulta de Imunoalergologia, de forma a identificar/otimizar evicção do antigénio e conduta de atuação em caso de nova reação anafilática.
Para mais esclarecimentos, aconselhe-se junto do seu médico assistente.
Texto do Pediatra Dr. Víctor Miranda
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Dado o conhecimento atual de que hábitos alimentares errados e excesso de peso podem ter efeito prejudicial para toda a vida, é fundamental dar a devida importância a este tema.
O cálculo do índice de massa corporal, baseado na estatura e peso, é o parâmetro que define excesso de peso e obesidade, de acordo com curvas de percentis ajustadas para a idade e género da criança.
Os jovens com excesso de peso e obesidade têm risco aumentado de várias doenças na idade adulta, incluindo asma, hipertensão arterial, patologia osteoarticular (joelhos e costas), doenças de fígado, apneia do sono, diabetes, enfartes do miocárdio e alguns tipos de cancro.
O balanço entre fatores genéticos, ingestão alimentar (em quantidade e qualidade) e a atividade física, resultam no peso adequado ou exagerado em cada situação. Na avaliação do excesso de peso e obesidade podem ser necessários exames complementares para perceber mais completamente o caso em questão.
Para ajudar os jovens a ter um peso saudável é necessário investir na alimentação adequada (com várias porções de fruta e vegetais por dia, é importante fazer boas escolhas na comida que compram para casa), na redução de “tempo de ecrã” e atividades sedentárias, programar atividade física diária, beber água (evitar sumos e refrigerantes), promover horas adequadas de sono.
Os objetivos devem ser realistas e faseados, e toda a família deve estar envolvida no propósito de atingir um peso mais saudável para o jovem. Poderão sempre procurar ajuda com o vosso médico assistente e nutricionista/técnicos de exercício físico.
Texto do Pediatra Dr. João Tavares
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O que é a Escabiose?
A escabiose, também conhecida como sarcoptose ou sarna, é uma ectoparasitose cutânea causada pelo Sarcoptes scabiei variante hominis, de elevada incidência mundial e frequente em idade pediátrica. É altamente contagiosa, com transmissão por contacto cutâneo direto ou, menos frequentemente, por fómites, sou seja, através de superfícies/objetos, atingindo todos os grupos etários e classes sociais.
Como se pode manifestar?
Geralmente manifesta-se por uma erupção cutânea inicialmente localizada (com disseminação posterior), muito pruriginosa e que frequentemente atinge múltiplos conviventes ou coabitantes. Nas crianças mais pequenas (habitualmente nos dois primeiros anos de vida), pode predominar um atingimento das palmas e plantas e pode ser associado a clínica inespecífica, estando o prurido muitas vezes ausente e manifestando-se inicialmente como perturbações do sono/alimentação e irritabilidade. Mesmo após um tratamento eficaz, o prurido cutâneo pode-se manter por 2-4 semanas após o tratamento, sem que isso indique a ausência de cura.
Como é feito o diagnostico e onde me devo dirigir?
O diagnóstico é clínico, podendo ser realizado por um pediatra / dermatologista. Pode dirigir-se ao Serviço de Atendimento Permanente ou agendar uma consulta de Pediatria / Dermatologia. Após a realização do tratamento é recomendada uma reavaliação clínica após duas semanas para confirmação de cura. Em casos particulares, perante dúvida clínica ou inexistência de resposta terapêutica, pode-se recorrer à confirmação por observação microscópica.
Como se trata?
O tratamento curativo é geralmente tópico, adaptado à idade e caso-a-caso, sendo geralmente extensível a todo o agregado familiar (colegas de sala e professores assintomáticos não necessitam de tratamento). Não deve ser esquecido o tratamento de suporte, com vista a minimização do prurido e lesões secundárias associadas e a otimização da regeneração da pele. O tratamento concomitante dos fómites (lençóis, roupas, etc.) é essencial para evitar a reinfeção.
A criança pode regressar à escola após o tratamento?
Após 24h de tratamento eficaz, a criança e os pais podem regressar às atividades letivas e escolares sem restrições.
Para mais esclarecimentos, aconselhe-se junto do seu médico assistente.
Texto do Pediatra Dr. António Salgado
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Na sua maioria são ligeiros e sem consequências, mas grande motivo de preocupação para os pais, havendo alguns sintomas que, se presentes, devem motivar a observação da criança, pelo risco aumentado de lesão intracraniana.
Após um traumatismo craniano, as crianças e/ou jovens devem ser vigiados relativamente a alguns sinais e sintomas que podem determinar a gravidade da situação. Estes embora mais frequentes nas primeiras 12h após o traumatismo, devem ser alvo de vigilância até cerca de 48h depois.
Se presentes podem implicar a realização de um exame de imagem.
Assim devem ser observados, se:
Se não tiver nenhum destes sinais e sintomas, pode aplicar gelo sobre o local, pode administrar o paracetamol (com a ressalva se a dor de cabeça piora deve ser observado) e promover um ambiente calmo.
Não esquecer que prevenir é melhor que remediar.
Assim, as crianças devem sempre usar capacete, quando andarem de bicicleta ou skate, devem ter sempre um adulto por perto quando andam, cumprir as regras de segurança para o transporte em automóvel e ensinadas as regras do transito assim que sejam compreendidas, devem ser aplicadas barreiras em escadas, nunca devem ser deixados em sítios altos sem apoio de um adulto, desde os primeiros dias.
Texto do Pediatra Dr. António Salgado
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O que é diarreia?
A diarreia é um aumento no volume de fezes face ao normal da sua criança.
Em bebés, que habitualmente tem mais trânsitos intestinais, significa que as fezes são mais aquosas ou ainda mais frequentes.
Nos mais velhos, podem apresentar apenas um aumento no número de fezes diárias (geralmente 3 ou mais).
O que causa a diarreia?
As causas mais comuns para diarreia são infeções virais e efeitos secundários após toma de antibiótico. As bacterianas são menos frequentes.
Se as dejeções são acompanhadas por sangue e muco (parece “ranho), a probabilidade de infeção bacteriana é maior e a criança deve ser observada e eventualmente colher uma cultura das fezes, para excluir estas causas.
O que devo fazer?
A sua criança pode continuar a comer uma dieta normal, nomeadamente: carnes brancas, arroz, pão, massas, leite e iogurte (sem lactose), frutos e vegetais (exceto, por exemplo, algumas frutas como a ameixa e vegetais de folha verde). Devem ser evitadas comidas com gordura e bebidas com açúcar.
Caso seja amamentada, deve manter o aleitamento materno.
Os alimentos devem ser oferecidos, sem insistir, uma vez que pode ter menos apetite.
Devem ser reforçados os líquidos, oferecendo mais vezes por dia e pode ser administrada uma solução de hidratação oral (que existe com o fim de promover uma hidratação equilibrada).
Para promover uma normalização do transito intestinal, podem ser administrados pré e probióticos (existindo várias formulações disponíveis). Existem outros medicamentos adjuvantes, como antissecretórios, entre outros, que devem ser administrados apenas por recomendação do seu médico.
Quando deve ser observado/a?
Texto da Psiquiatra da Infância e da Adolescência Dra Joana Ferreira
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Os comportamentos autolesivos (CALs) consistem em comportamentos caracterizados pelo dano intencional ao próprio corpo, sem intencionalidade suicida, podendo ocorrer sob variadas formas (cortes na superfície corporal, queimaduras, abrasões, arranhões, morder-se, asfixiar-se, arrancar os cabelos, evitar a cicatrização de feridas e agredir-se a si próprio ou contra superfícies duras).
Existem diversos motivos (e habitualmente complexos) pelos quais um jovem se pode automutilar. Pode ser uma maneira de mostrar a sua angústia e pedir ajuda, uma forma de lidar com o stress ou com a dor emocional, ou um sintoma de uma doença mental como a depressão. Jovens com história de abuso, bullying ou outras experiências traumáticas, têm maior probabilidade de incorrer neste tipo de comportamento.
Os CALs são frequentemente entendidos como uma resposta a um sofrimento psicológico intenso, incluindo sentimentos, pensamentos ou memórias negativos, ou sensação de desesperança.
Pode ainda existir uma componente aditiva na manutenção dos CALs, devido à liberação natural de endorfinas em resposta à dor, associada à falta de estratégias alternativas para lidar com o sofrimento.
Os efeito de “contágio” é, igualmente, um fator a ter em conta na génese dos CALs. Como qualquer comportamento aprendido, os jovens podem iniciar este tipo de comportamento ao ter conhecimento desta prática através de amigos, figuras públicas ou meios de comunicação/redes sociais. Seja como for, os CALs não devem ser desvalorizados, devendo ser avaliados individualmente e receber atenção especializada.
Apesar de se distinguirem das tentativas de suicídio em vários aspetos (particularmente pela ausência de intencionalidade), os CALs não podem ser dissociados dos comportamentos suicidários. Cerca de 70% dos adolescentes com comportamentos autolesivos repetitivos já realizaram, pelo menos uma vez ao longo da sua vida, uma tentativa de suicídio.
Algumas estratégias para ajudar um jovem com CALs:
Se esta não for conhecida, considera-se febre os seguintes valores:
A febre é uma manifestação de combate às infeções e, por isso, benéfica. Quando as situações com febre são graves (5% dos casos), existem sempre outras manifestações associadas, os chamados “sinais de alerta”.
Quais são os “sinais de alerta” numa criança com febre?
Na presença de um ou mais destes sinais de alerta, a criança deve ser observada:
Numa criança com febre, quais os “sinais tranquilizadores”?
Embora possam ser incomodativos para a criança e poderem exigir observação médica, estes sinais sugerem doença sem gravidade:
O que fazer quando a criança/adolescente tem febre?
Oferecer água e/ou leite; adequar o vestuário e a roupa da cama à sensação de frio ou de calor; respeitar o apetite
Considera-se que o antipirético é eficaz se baixar a temperatura 1,0º a 1,5ºC em 2 a 3 horas. O objetivo do antipirético é aliviar o desconforto da criança e não eliminar a febre a todo o custo. Mesmo não medicada, a temperatura acabará, em regra, por baixar espontaneamente algumas horas depois, voltando a subir ao fim de poucas horas, e assim sucessivamente, até a doença passar.
Quando é que uma criança/adolescente com febre deve recorrer ao hospital/contactar pediatra?
Pontos-Chave a reter
Texto da Psiquiatra da Infância e da Adolescência Dra Joana Ferreira
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As Perturbações do Comportamento Alimentar (PCAs) são doenças mentais graves que podem ter complicações médicas importantes. As características nucleares deste tipo de perturbação envolvem a forma como a pessoa interage com os alimentos e a insatisfação com a forma e o tamanho do seu corpo.
Como é que se desenvolve uma PCA?
Não é culpa de ninguém que um jovem desenvolva uma perturbação alimentar. Os pais não causam transtornos alimentares e os jovens não os escolhem. Traços individuais de temperamento, fatores genéticos e ambientais podem contribuir para que uma pessoa desenvolva uma perturbação alimentar. Uma combinação ou “tempestade perfeita” de fatores está, geralmente, na génese de uma PCA .
Traços familiares de perfecionismo, níveis elevados de ansiedade e história pessoal ou familiar de obesidade, depressão e abuso de substâncias são importantes fatores de risco. Por outro lado, os padrões de beleza e culto do corpo presentes na sociedade atual, amplificados pelos media e redes sociais, levam a que os jovens sejam constantemente expostos a mensagens mais ou menos subtis, que podem interferir com a visão que têm do seu próprio corpo. Quando um jovem experimenta uma insatisfação corporal contínua e angustiante, o seu bem-estar é afetado, podendo resultar em baixa autoestima, depressão e problemas com a alimentação.
Alguns dos comportamentos associados às PCAs são:
Tipos mais frequentes de PCAs e suas principais características:
Anorexia Nervosa: caracterizada por restrição alimentar e medo intenso de ganhar peso, distorção da imagem corporal e perda de peso, abaixo dos percentis normais para a faixa etária. Os subtipos restritivo e purgativo diferenciam-se pela ausência/presença de comportamentos ativos de eliminação dos alimentos ingeridos (vómitos, uso de laxantes...).
Bulimia Nervosa: envolve ciclos de compulsão alimentar (comer uma grande quantidade de comida rapidamente, de forma descontrolada), seguidos de ações para eliminar os alimentos ingeridos. Associação a fortes sentimentos de angústia, culpa e vergonha sobre estas experiências, assim como a elevado criticismo em relação ao próprio corpo.
Perturbação de Ingestão Alimentar Compulsiva: episódios repetidos de compulsão alimentar, geralmente acompanhados pela sensação de perda de controle durante a ingestão.
Perturbação de ingestão alimentar evitante/restritiva: a pessoa evita comer certos alimentos com base em características sensoriais, tais como cheiro, aparência ou textura, o que pode levar à perda de peso não intencional e outros problemas relacionados com a nutrição e saúde física.
Quando procurar ajuda?
Muitas pessoas com PCAs consideram que os seus comportamentos não constituem um problema ou que não são "magras o suficiente" para precisar de ajuda profissional.
Independentemente do peso ou das quantidades de alimentos ingeridos, qualquer pessoa que experimente padrões alimentares pouco saudáveis e angústia sobre sua aparência deve procurar apoio profissional. Quanto mais precoce a intervenção e menor o tempo de doença não tratada, melhor o prognóstico.